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Fibrenamics Green finalista do Prémio Regiostars da Comissão Europeia

A plataforma que nasceu na Escola de Engenharia da Universidade do Minho converte os resíduos industriais em novos produtos, desde o mobiliário até calçado foi uma das finalistas do prémio europeu.

A plataforma portuguesa Fibrenamics Green foi uma dos 25 finalistas do prémio da Comissão Europeia Regiostars 2020, que distingue projetos financiados por fundos europeus que demonstrem novas abordagens em áreas como o desenvolvimento urbano ou a sustentabilidade.

O projeto, que nasceu na Universidade do Minho em colaboração com o Centro para a Valorização de Resíduos, interface da UMinho, esteve a concurso na categoria de “Crescimento sustentável: economia circular para uma Europa Verde”.

Através de uma plataforma colaborativa com 20 investigadores, parceiros industriais e 80 designers, a Fibrenamics quer responder aos milhões de toneladas que a indústria produz anualmente na União Europeia. Aquilo que antes poderia ser visto apenas como algo a eliminar pode ganhar uma nova vida, refere Raul Fangueiro, Professor da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e coordenador da Fibrenamics Green, ao mesmo tempo em que se dá uma resposta à “excessiva produção de resíduos”.

“Quando iniciámos a plataforma quisemos encontrar soluções para valorizar os resíduos”, explica o professor. Através da plataforma, que funciona numa lógica de colaboração entre as áreas da indústria, ciência e design, os resíduos podem ser convertidos em produtos de valor acrescentado, como mobiliário, calçado, candeeiros e muito mais. Raul Fangueiro detalha que o projeto conta com “100 agentes industriais envolvidos”, sendo um deles a cadeia sueca Ikea.

Em geral, são aproveitados os recursos da área têxtil, indústria mineira, mobiliário ou os plásticos da indústria automóvel. O plástico é, “sem dúvida”, o tipo de resíduo mais utilizado, explica o docente da EEUM. Mas, em algumas indústrias com resíduos mais específicos, como é o caso da extração de minerais, há algumas diferenças: no caso da lousa, por exemplo, onde só “25% do que é extraído é convertido em produtos”, os resíduos passam a ser bancadas ou elementos de móveis.

O projeto já originou duas spin offs: a SlateTec, que se dedica à produção de ecocompósitos, criada pela empresa Lousas de Valongo, para a valorização de resíduos produzidos na extração da ardósia; e a Givaware, que se dedica ao desenvolvimento de produtos, utilizando novos materiais sustentáveis de acordo com os princípios da economia circular.

Os vencedores do Regiostars 2020 foram conhecidos dia 14 de outubro, em Bruxelas, durante a Semana Europeia das Regiões e Cidades. Para Raul Fangueiro, figurar entre os finalistas “é uma satisfação enorme e um reconhecimento da metodologia” implementada. O coordenador desta plataforma relembra que “os resíduos eram uma questão muito dispersa, muito orientada para os resíduos urbanos”. Com esta plataforma foi possível focar a atenção nos resíduos industriais, criando produtos de valor acrescentado.

Raul Fangueiro acredita que, neste momento, “a plataforma vive já só por si, com a capacidade de gerar projetos”, reforçando ainda que há espaço para a internacionalização, “alargando primeiro ao espaço europeu”. O professor refere que algumas geografias têm um potencial mais interessante, tendo em conta os resíduos a aproveitar: no têxtil Espanha ou Itália poderiam ser países a explorar ou os países nórdicos, tendo em conta os resíduos da indústria das madeiras.

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