De 18 a 25 de outubro tive a oportunidade de participar na iniciativa “Linking University Knowledge on the Camino”/”Uniendo el Conocimiento Universitario en el Camino” integrando a equipa da Universidade do Minho.
O Grupo Compostela de Universidades (CGU) convidou a UMinho a participar na atividade comemorativa dos 25 anos do CGU, que consistia em fazer em grupo um trecho (cerca de 100kms) do Caminho de Santiago (caminho Português) com a companhia da Universidade de Oviedo (Espanha) e da Universidade de Monterrey (México).
Cada instituição apresentava uma equipa constituída por um docente, um técnico não docente e 5 estudantes de mestrado e/ou doutoramento. O CGU desafiou os participantes que, ao longo da caminhada, desenvolvessem dois projetos. O primeiro pedia aos participantes que através de recursos tecnológicos conseguissem proporcionar uma maior integração das pessoas que percorrem o Camino com as populações locais. O segundo consistia em pegar num Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e aplicá-lo à realidade do Caminho de Santiago. O primeiro projeto foi desenvolvido por cada universidade, mas o segundo foi feito por 3 equipas inter-universidade. No último dia cada grupo deveria fazer uma apresentação do projeto.
Começando no dia 18 em “O Porriño”, após o pequeno almoço caminhávamos cerca de 20 kms até ao próximo albergue de peregrinos, uns dias de baixo de chuva intensa e outras alturas com um sol primaveril. Ao final da tarde aproveitávamos para descansar um pouco e trocar ideias para os projetos em desenvolvimento. Cada equipa ainda foi desafiada a preparar um prato típico para um dos jantares, sendo o nosso um inevitável prato de bacalhau…
Finalmente chegamos todos, como previsto, a Santiago de Compostela no dia 24. No dia 25 decorreu a sessão final do evento, onde foram apresentados os diversos projetos desenvolvidos, depois de uma noite mal dormida a preparar as apresentações.
A experiencia foi inesquecível, muito enriquecedora e muito intensa. O facto de passarmos 24 horas por dia com um grupo de cerca de 20 pessoas, a maior parte delas desconhecida, muitas de nacionalidade e idioma diferente pode criar num primeiro momento algum desconforto que aos poucos desaparece. Ao partilharmos o mesmo espaço, as mesmas refeições, os mesmos problemas, as mesmas dificuldades, facilmente se melhora o relacionamento entre todos. O extenso período de caminhada representa um conjunto alargado de horas que propicia a partilha de experiencias com os demais participantes. É muito interessante verificar que rapidamente se estabelecem laços de amizade, cumplicidades, grupos mais próximos. De um momento inicial que nem o nome de cada um se sabe, para uma despedida algo emotiva no final da semana, em que parecia que já conhecíamos toda aquela malta há muito tempo.
Acácio Costa – Especialista de Informática da EEUM
Mais info: http://web.gcompostela.org/linking-university-knowledge-on-the-camino-3/
