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GenSYS

 

GenSYSA GenSYS é uma spin-off da Universidade do Minho que teve a sua origem num projeto iniciado em 2008 na Escola de Engenharia, constituindo-se como empresa em 2016. Tem como missão capacitar os seus clientes com ferramentas e conhecimentos para melhorar a eficiência e a eficácia dos seus processos e sistemas. Formada por uma equipa com vasta experiência em diferentes áreas de Engenharia, a GenSYS fornece sistemas de TI inteligentes, flexíveis, robustos e totalmente integrados, como pilares para a criação de soluções inovadoras tendo em vista impulsionar o sistema de planeamento e controlo da produção de unidades fabris.

Como surgiu a GenSYS?

O embrião para a constituição da GenSYS surge do trabalho desenvolvido por um conjunto de docentes/investigadores do Departamento de Produção e Sistemas e do Centro de Investigação ALGORITMI da Universidade do Minho – foi neste contexto que se gerou conhecimento numa área científica específica enquadrada na Linha de Investigação em Industrial Engineering and Management (IEM), num Grupo de Investigação em Supply-chain, Logistics and Transportation Systems (SLOTS) e numa área designada por Production Planning and Control.

Na realidade o projeto GenSYS iniciou-se em 2008/2009 com uma proposta de investigação financiada pelo Programa IDEIA da Agência de Inovação (AdI). Este projeto visava o desenvolvimento de novos modelos para gestão de informação de artigos para ambientes de grande diversidade de artigos e de customização em massa. A flexibilidade dos modelos para se adequarem a empresas industriais de diferentes setores de atividade e com diferentes tipos de artigos foi também um dos objetivos propostos para estes novos modelos.

Em 2013, inserido no projeto Human Machine Interface Excellence, HMIEXCEL – parceria BOSCH Car Multimedia Portugal, S.A. e Universidade do Minho (projeto em co-promoção), dando sequência ao projeto anterior, avançou-se para o desenvolvimento e implementação das restantes áreas funcionais de um sistema de planeamento e controlo da produção (médio prazo) e de programação da produção (sequenciação, alocação e controlo das atividades no chão de fábrica) utilizando novos modelos de controle da atividade produtiva baseada em kanbans eletrónicos.

Este último projeto terminou em finais de 2015 e em março de 2016 criou-se a empresa GenSYS – Generic Systems, Lda, dando continuidade ao trabalho desenvolvido na BOSCH Car Multimedia, avançando com processos de implementação noutras secções de produção da BOSCH, mas também alargando a sua atividade para outras empresas de referência. Nesta fase de arranque da vida da GenSYS estiveram envolvidos dois docentes da Univesidade do Minho e sete investigadores do referido projeto com a BOSCH Car Multimedia.

O sistema GenSYS corporiza uma ferramenta de planeamento e controle da produção que responde aos diferentes desafios da 4ª revolução industrial – rede vertical de sistemas de produção inteligentes para as fábricas do futuro, que permitem responder adequadamente ao tipo de produção específica e individualizada e a diferentes desvios decorrentes da normal actividade em chão de fábrica; e integração horizontal da cadeia de abastecimento global, desde o fornecedor até ao cliente, passando pelo habitat de armazenamento e produção. Responde ainda à mudança de paradigma das organziações, evoluindo dos modelos de produção em massa (mass production) para os modelos de customização em massa (mass customization) em ambientes de grande diversidade de produtos e de customização dos produtos, através de uma eficiente integração de todos os agentes do chão de fábrica (shop floor), criando um verdadeiro ambiente de fábrica inteligente (smart factory) e de um diferenciador Smart Manufacturing Control System that makes things happen in the shop floor

Quando e porque decidiram iniciar o processo de atribuição do estatuto de spin-off?

Na realidade, o processo de atribuição do estatuto de spin-off foi iniciado logo após a constituição formal da empresa em 2016, como consequência natural da própria génese da GenSYS. Acabou por ser um processo relativamente expedito, na medida em que cumpríamos todos os requisitos para a atribuição desse estatuto, e foi sem dúvida um reconhecimento público da qualidade da investigação desenvolvida pelos docentes/investigadores do Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho.

Fale-nos um pouco acerca do percurso e evolução da GenSYS.

Com o estatuto Spin-Off e respetiva constituição da empresa, a GenSYS passou de projeto académico a uma entidade com personalidade jurídica onde desde a sua constituição se tem vindo a desenvolver como um processo sustentado e de natural maturação.

O projeto Human Machine Interface Excellence, HMIEXCEL – levado a cabo em parceria com a BOSCH Car Multimedia Portugal, permitiu ultrapassar a fase inicial de Formation (Ideating & Concepting) em direcção à fase Validation, onde ocorreu em simultâneo o envolvimento do grupo Pinto Brasil no projecto.

Terminado o projeto HMIEXCEL e com a criação da Spin-off, surgiram novos desafios, tanto relacionados com a criação de uma equipa de recursos humanos capazes de comercializar e acompanhar novas implementações fora de ambiente académico, quer relacionados com aspetos técnicos da solução a comercializar. Foi feito um grande investimento em R&D para incluir na solução todas as áreas funcionais relacionadas com o planeamento e controlo da produção que não estavam enquadradas no âmbito dos projetos anteriores e, principalmente, a com inclusão de soluções que permitissem responder de forma cabal aos principais requisitos dos sistemas de planeamento, controlo e programação da produção ou Smart Manufacturing Systems – usando agora a terminologia adotada no âmbito da Industria 4.0 para estes sistemas.

Destes novos requisitos, para além da Capacidade de lidar de forma eficiente com a diversidade e a personalização de artigos que esteve na origem da criação da solução desenvolvida, salientamos:

  • Capacidade para integrar/conectar todos os recursos e entidades que interagem e afetam o funcionamento do sistema de produção de maneira a garantir que toda a informação utilizada na tomada de decisão se encontra atualizada e reflete realmente o estado do sistema de produção
  • Capacidade para alocar, sincronizar e monitorizar as tarefas de todos os recursos e entidades que interagem ou afetam os sistema produtivo, com o mínimo de intervenção humana possível, e com grande credibilidade
  • Capacidade para se adaptar, em tempo real e com o mínimo de intervenção humana, a mudanças na procura, mudanças nos produtos, alterações de estado de equipamentos, disponibilidade de componentes, através da realocação automática de tarefas, configurações de equipamentos e alterações de fluxo de materiais
  • Capacidade para se adaptar a novos produtos, novos e equipamentos, novos processos e novos procedimentos organizacionais
  • Capacidade de personalizar o próprio sistema informático para que este possa acompanhar a evolução da organização e se possa ir adaptando aos diferentes tipos de utilizador, aos diferentes tipos de equipamento e aos diferentes tipos de sistemas informáticos que possam existir na organização.

Que influência teve, nesse percurso, a marca spin-off UMinho e que que benefícios considera ser mais relevantes para as empresas?

A marca Spin-off Uminho é uma chancela de qualidade da investigação desenvolvida no seio da Universidade, reconhecendo não só a sua sua valia científica, mas também a aplicabilidade dessa tecnologia aos complexos desafios das empresas. No arranque da GenSYS, durante o delicado processo transferência tecnológica – que é no fundo o fluxo que dá tração ao ecossistema de inovação – este estatuto permitiu-nos obter apoio de diversas entidades, das quais destacaríamos a TecMinho e o SpinPark.

A GenSYS desenvolveu um sistema informático que permite às empresas do setor industrial produzir massivamente artigos diferenciados sem custos adicionais, dando resposta a alguns dos desafios colocados pela “indústria 4.0”, como o aumento da diversidade de artigos e a possibilidade de personalização dos produtos. O software foi premiado e adotado por empresas de referencia. À luz do que este sector se encontra a passar neste momento, com elevada quebra do nº de encomendas, quais as necessidades que anteveem para este sector num futuro próximo, em termos de retoma da atividade e recuperação da produção? E de que forma a GenSYS poderá auxiliar essa retoma?

Épocas de crise são também épocas de evolução e oportunidade. Por isso o COVID-19 ajudou a destacar o valor da manufatura e da logística conectadas e tem vindo a ser um acelerador de mutação nas organizações. Actualmente a conectividade é essencial para qualquer empresa que queira permanecer competitiva e passível de evolução.

A questão não é “E se?” mas sim “Quando?”, pois efetivamente a digitalização ocorrerá e forçosamente para breve. Quem não o fizer, apenas fará parte do passado.

Software

Nas empresas de cariz industrial, o shopfloor é naturalmente o local onde ocorre a maior concentração de activos (CAPEX) e onde o custo operacional tem maior montra. Facilmente mais 2/3 do total dos custos se encontram relacionados com o shopfloor.

As soluções comercializadas pela GenSYS são precisamente ‘ferramentas’ para apoio à gestão da produção. Elas não contribuem diretamente para a solução do problema da diminuição de encomendas, mas contribuem diretamente para a confiança com que as empresas podem encarar novos desafios e soluções que lhes permitam superar as dificuldades que têm que enfrentar atualmente. A necessidade de aumentar a eficiência do seu sistema produtivo através da conexão de todos os seus intervenientes e da sincronização automática das suas atividades; a capacidade de se adaptarem rapidamente a novos produtos e novos processos;  e a flexibilidade e rapidez com que respondem a alterações da procura desses produtos; são requisitos que as organizações devem procurar para as ferramentas que utilizam para gerir a sua produção – e que encontrarão nas soluções desenvolvidas pela GenSYS.

Significa isso que o potencial ROI (Return On Investment) se torna bastante aliciante e um foco imediato na atenção dos stakeholders com interesse na solução GenSYS. Proprietária de uma ferramenta que operacionalizada, se transforma numa solução que permite efectivamente obter smart manufacturing control, os clientes da GenSYS podem obter manufacturas inteligentes, através de soluções conectadas que permitem efectiva transparência e flexibilidade dentro da organização e possibilidade de foco naquilo que realmente interessa.

Como exemplo, na Alemanha, seis em cada dez empresas industriais com mais de 100 funcionários utilizam aplicativos da Indústria 4.0, de acordo com um estudo recente da associação da indústria Bitkom. Em muitos casos, no entanto, os aplicativos são apenas fragmentados e desconectados a jusante e montante. A VDMA, a associação de fabricantes alemães de máquinas e equipamentos, estima que 80% das máquinas e equipamentos existentes no país ainda não foram digitalizadas. De facto, as máquinas também podem ser adaptadas com tecnologia de comunicações e sistemas de sensores. Fazer isso abre a porta para a internet industrial das coisas (IIOT), que conectada a softwares de planeamento e controlo da produção permitem atingir nível de performance superior e parte importante da designada i4.0. O resultado são fábricas que são mais económicas, requerem menos energia e emitem menos CO2. A conectividade desempenhará um papel importante em tornar neutro o clima de fabricação.

Que recomendações faria aos alunos/investigadores da Escola de Engenharia que possuam um projeto em mente (ou em mãos) e o queiram materializar?

Neste domínio, felizmente, as oportunidades disponíveis na Universidade do Minho são diversas e potenciadoras de sinergias nas diferentes fases de desenvolvimento/maturação das ideias de projeto.

A própria Assosicação Académica, através da sua estrutura LiftOff – apoio ao empreendedor, pode envolver-se numa fase muito embrionária, já que a sua missão é a de apoio ao empreendedorismo qualificado, fomentando e apoiando o espírito empreendedor da comunidade académica. A sua experiência neste domínio – incluindo até o da formação – e as parcerias com entidades relevantes da região ajudam a consolidar melhor as ideias e a traçar um eventual caminho de futuro.

Numa fase já mais avançada, até já com algum trabalho de suporte realizado – até inserido em projetos com docentes e outros investigadores – a aproximação às unidades de interface da Universidade do Minho são fundamentais. Numa perspectiva mais de proximidade tecnológica ou até numa perspectiva mais transversal de promoção de uma cultura empreendedora na Universidade do Minho e de apoio ao lançamento de projetos empresariais de base tecnológica e de conhecimento intensivo gerados no meio académico. Neste domínio, a TecMinho – através da organização de eventos de promoção do empreendedorismo, do networking entre empreendedores, das ações de formação, do apoio à criação de negócio, etc – surge como parceira fundamental nesta fase mais avançada da ideia de negócio.

Estas seriam duas fases evidentes de avaliação do potencial da ideia de negócio e da alavancagem para a constituição de uma Spin-Off da Universidade do Minho – contribuindo para a dita transferência de conhecimento gerado na Universidade.

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