A par do trabalho documental, e consciente de que a imagem fotográfica é uma construção, vem assumindo esta mesma subjetividade na procura que faz de imagens que introduzam algo numa visão corrente de um local do quotidiano, uma superação da rotina através de um olhar diferente, acrescentando ou reduzindo.
“IRREFLEXOS” é o irreal, o irrefletido, no sentido em que a captação das imagens não é planeada, é uma coincidência, um encontro, uma descoberta num efémero momento.
Imagens muitas vezes só visíveis pela objetiva, que reportam o instante, a hora, a época do ano, a cor e intensidade da luz, sombras que se movimentam, reflexos que se passeiam, pessoas que passam e, por fim, o que se pretende comunicar: um estado de espírito.
A liberdade de fotografar num local público traz por acréscimo a necessidade de manter o anonimato dos fotografados que, despidos de identidade, são agora personagens de um cenário escrito com luz.
As fotografias aqui expostas são uma pequena parte de um acervo e foram todas captadas no campus de Azurém da Universidade do Minho, entre 2009 e 2019, tendo a maioria delas mais do que uma década.