fbpx

Conselho Consultivo da EEUM em entrevista: Teresa Martins

Ciclo de entrevistas aos membros do novo conselho consultivo da Escola de Engenharia. Nesta edição entrevistamos a Eng. Teresa Martins, CEO da Neadvance – Machine Vision, S.A.

Teresa MartinsO Conselho Consultivo da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) é o órgão de aconselhamento dos órgãos de governo da Escola para assuntos de definição estratégica. Composto por nove personalidades externas à instituição, de reconhecido mérito nos domínios da sua atividade, estes têm como missão pronunciar-se sobre assuntos de caráter pedagógico, científico e de interação com a sociedade.

Como percepcionou o convite para integrar o Conselho Consultivo da EEUM? 

O entendimento que dei ao convite foi de que a EEUM entendeu que as minhas opiniões, sustentadas no meu percurso e experiência profissional, poderiam ser interessantes para o crescimento e valorização da EEUM. Foi por isso um convite muito honroso para mim e é com muita satisfação que faço parte deste conselho consultivo.

Em termos gerais, quais as principais mais-valias que considera que um órgão de aconselhamento como este pode trazer para a estratégia da EEUM?

Um órgão de aconselhamento como este traz, em tempo real, os dados do mercado de trabalho necessários para reflexão sobre os cursos, a adequabilidade temporal dos respetivos planos curriculares para dentro da universidade. Este órgão tem também acesso ao feedback sobre a qualidade da formação dos alunos que ingressam nas empresas quando terminam as suas licenciaturas e mestrados. Este conselho trará ainda propostas de novas atividades, curriculares ou não, que aproximarão as empresas e a universidade promovendo a transferência de conhecimento da universidade para as empresas.

Qual a sua perceção da evolução da EEUM e do seu contributo para o desenvolvimento da região do Minho nos últimos anos?

Os profissionais formados nos diversos cursos da EEUM têm contribuído para o crescimento das empresas minhotas, das empresas internacionais que continuam a fixarem-se na região e para o crescimento acentuado do número de start-ups do país. Por isso, A estratégia da EEUM está a produzir bons resultados. A EEUM deve continuar a estar atenta às necessidades do mercado de trabalho para que a formação acompanhe a dinâmica das profissões no mercado de trabalho.

De que forma pode a EEUM desempenhar um papel mais ativo junto das empresas no sentido de as apoiar em termos de formação contínua de recursos humanos, quer em termos mais operacionais, como a resolução de problemas nas áreas produtivas?

A EEUM deve continuar a promover teses de mestrado e doutoramento nas empresas. Esta uma é possibilidade de atualização de conhecimento dentro das empresas. Todavia, esta forma apenas envolve os colaboradores das empresas de acompanham de perto estes estudantes. Por isso, e tendo consciência de que o nosso conhecimento se está a tornar obsoleto cada vez mais cedo, é importante que se desenvolvam oportunidades para motivar os profissionais a regressarem às universidades, para cursos de pós-graduação, conducentes ou não a um grau.

Atualmente, os cursos da Escola de Engenharia têm cerca de 30% de estudantes do sexo feminino. De que forma se poderá promover o acesso de mulheres à engenharia e encorajar as já engenheiras a empreender? Da sua experiência pessoal, que conselho pode deixar às engenheiras do futuro?

Os números atuais da participação feminina nas atividades dos mais diversos domínios refletem ainda a herança de uma cultura onde o género determinava fortemente a vida dos cidadãos, quer positiva quer negativamente. Esta herança não desaparece de um dia para o outro, mas felizmente, para todos, tem cada vez menos impacto nas sucessivas gerações.

A melhor forma de promover o acesso das mulheres à engenharia é com o exemplo, com o testemunho, que passa de geração em geração e por isso demora o seu tempo. Chegarão mais mulheres à engenharia se chegarem mais alunos às respetivas escolas. Para isso é necessário promover o gosto pela escola e pelo conhecimento, logo desde cedo, na formação das crianças e jovens. Assim teremos certamente mais engenheiras nas nossas universidades.

O empreendedorismo está relacionado com o perfil da pessoa, podendo ser aperfeiçoado com formação. As engenheiras com perfil empreendedor não devem ter medo de arriscar, devem procurar estabelecer as parcerias adequadas para os seus projetos e não podem desistir quando encontrarem o primeiro obstáculo.

As engenheiras do futuro devem sempre apostar no enriquecimento da sua carreira, quer pela formação quer abraçando novas oportunidades, quer dentro da empresa em que exercem quer aceitando desafios de mudança. A todas as engenheiras recomendo que aprendam a gerir o tempo, pois as solicitações serão muitas e teremos sempre que fazer escolhas.

Leave a comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *