fbpx

Alunos de Engenharia Aeroespacial fazem baptismo de vôo em V.N. Cerveira

Atividade faz parte do Programa de Adaptação ao Meio Aéreo. Em breve, a Escola de Engenharia da Universidade do Minho terá um hangar próprio para desenvolver projetos de investigação na área da aeronáutica.

4 de Março: o dia começou bem cedo para 45 alunos do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho. O ponto de encontro, pelas 8h00, foi o aeródromo do Cerval, em Vila Nova de Cerveira, onde cerca de 10 aeronaves estavam prontas para entrar em ação, num dia em que as condições meteorológicas estiveram perfeitas para batismos de voo.

Um dia diferente, em que a teoria deu lugar à prática e a sala de aula a um ultraleve.

O diretor do curso, Gustavo Dias, um dos professores que acompanhou de perto esta experiência, explica que o início da manhã foi marcado por briefings técnicos sobre meteorologia e sobre as aeronaves em que iriam embarcar brevemente. Uma forma, garante, de “maturarem” a visão que têm sobre a área da engenharia aeroespacial.

Os relógios marcavam 10h00 quando Beatriz Carvalheira, aluna da licenciatura, foi a primeira a rasgar as nuvens. “Foi uma sensação incrível”, exclama depois de ter sobrevoado as duas margens da Ponte Internacional da Amizade banhadas pelo Rio Minho.

Encontrámos o mesmo entusiasmo na voz da colega Bárbara Carmelo. “Foi muito interessante perceber a nível prático o que aprendemos nas aulas teóricas”, refere.

Já David Verdelho dá nota positiva ao piloto que o integrou e “deu a conhecer todos os aspetos da aeronave e sobre o voo”.

Para além da experiência, os alunos aproveitaram a oportunidade para questionar os engenheiros do aeródromo de Cerval e recolher informações que irão utilizar nos projetos que estão a desenvolver. No caso da licenciatura, trata-se de um planador construído com materiais de fim de vida, a título de exemplo, de empresas da região. Já no mestrado, o desafio passa por construir um balão meteorológico.

Pedro Andrade, aluno do 2º ciclo, revela que os alunos serão responsáveis pelo desenvolvimento da mecânica, eletrónica, comunicação, entre outros aspetos do balão. “Dentro de seis meses esperamos lançar o balão para recolher dados como a temperatura e humidade”, acrescenta. Depois de rebentar, segue-se a procura por GPS para analisar os dados obtidos.

Em janeiro de 2023, a UMinho e o Aeroclube do Alto Minho, assinaram um protocolo que prevê o desenvolvimento de projetos na área da aeronáutica. Além disso, os municípios de Cerveira e Valença estão disponíveis para investir na construção de um hangar que será utilizado pela academia, sobretudo, na vertente de investigação.

Questionado sobre o porquê de rumarem a Cerveira quando Braga, cidade que acolhe um dos campus da instituição possui um aeródromo, Gustavo Dias aponta questões de segurança.

“O aeródromo do Cerval está fora das linhas principais de operação aeronáutica”, começa por elencar. Para além disso, está próximo do rio.

Quanto ao novo hangar que será explorado pela UMinho, deverá ser uma realidade no ano letivo de 2024/2025, sendo que ainda não foram revelados dados sobre o investimento das duas autarquias minhotas.

E como as coisas boas vêm sempre aos pares, estes 45 alunos estarão de volta ao aeródromo do Cerval no final do segundo semestre para concluir o Programa de Adaptação ao Meio Aéreo.

Em maio, alunos de Aveiro, Beira Interior, UMinho e do Instituto Superior Técnico vão participar num Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia Aeroespacial.

Fonte: TSF