O “Global Ocean Accounts Partnership” tem como objetivo estabelecer o estado dos ecossistemas marinhos e o impacto social e económico que estes têm nas comunidades e nos países onde se inserem
Tiago Miranda e Eduardo Pereira, Professores do Departamento de Engenharia Civil da EEUM, são os únicos portugueses que integram o grupo “Global Ocean Accounts Partnership”. Este grupo de trabalho é promovido pelo “United Nations Economic and Social Commission for Asia and the Pacific” (UNESCAP), uma comissão regional sob a jurisdição do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.
O objetivo do grupo, que integra cerca de 200 especialistas de todo o mundo, é desenvolver uma metodologia para o Ocean Accounting que possa ser utilizado por todos os países. Ocean Accounting é uma metodologia holística que vai estabelecer o estado dos ecossistemas marinhos e o impacto social e económico que estes têm nas comunidades e nos países onde estas se inserem. Segundo os investigadores este será um documento essencial para a definição de políticas sustentáveis de exploração dos recursos marinhos e para o garante da sua preservação.
“O convite surgiu no seguimento do trabalho que temos vindo a desenvolver no IB-S na área do Mar e pelo IB-S ter sido escolhido, entre várias entidades que desenvolvem investigação neste domínio em Portugal, como um dos Pólos Nacionais do Atlantic International Research Center (AIR – Center), que é uma organização internacional voltada para o desenvolvimento sustentável ancorado no Oceano Atlântico”, revela Tiago Miranda, também Diretor do IB-S – Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade. Esta unidade de investigação da Universidade do Minho é uma parceria entre o Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), onde Eduardo Pereira é, também, investigador.
Os trabalhos deste grupo iniciaram-se em 2018 e, atualmente, encontra-se em fase de preparação a primeira versão do documento de base para discussão. “Existe ainda um longo caminho a percorrer dadas as dificuldades inerentes à definição de uma metodologia desta natureza e com este impacto que possa ser adotada por todos os países. Prevê-se que os trabalhos estejam concluídos em 2025”, revelam os investigadores.
“Encaramos este convite e este desafio com bastante orgulho, entusiasmo e sentido de responsabilidade dada a importância global que o resultado deste trabalho terá na gestão sustentável dos Oceanos. E estamos empenhados em representar bem Portugal e a Universidade do Minho num processo que é de extrema importância para um futuro sustentável do planeta, à altura da dimensão marítima histórica única de Portugal. O nosso país pertence ao restrito clube dos 20 maiores do mundo quando considerada a dimensão da sua Área Económica Exclusiva Marítima!”, afirmam os investigadores.