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Estudante de doutoramento da EEUM propõe uma nova abordagem à recolha de RSU

Um estudo da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, realizado por Pamela Sant’Anna, avaliou uma amostra de 54 trabalhadores da recolha de resíduos sólidos urbanos (RSU) de três concelhos do Norte de Portugal e concluiu que 85% deles relataram dores musculoesqueléticas no último ano, sobretudo na zona lombar (65%), ombros (63%) e joelhos (50%). A pesquisa concentrou-se na análise do processo de recolha manual de RSU porta a porta ou depositados em contentores móveis.

A investigadora constatou também que 18% dos inquiridos apresentaram sobrecarga cardiovascular durante a realização do conjunto de tarefas associadas à recolha manual de RSU. Ensaios conduzidos em condições experimentais controladas, com recurso a dez voluntários (estudantes e profissionais) da UMinho, revelaram também que levantar, carregar e lançar sacos ou empurrar contentores resultaram em risco postural elevado.

“Recomenda-se a recolha mecanizada com contentores de quatro rodas, e em equipas de duas pessoas, como alternativa mais segura para reduzir o esforço físico e prevenir lesões”, diz Pamela Sant’Anna, que desenvolveu a investigação no Centro Algoritmi e no âmbito da sua tese de doutoramento em Engenharia Industrial e de Sistemas. O estudo contou com a orientação dos professores Nélson Costa e Pedro Arezes, da Escola de Engenharia da UMinho, e Eliane Lago, da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Brasil).

“É urgente repensar os métodos de recolha de RSU, porque influenciam diretamente a saúde destes profissionais, que têm uma função essencial nas cidades, mas ainda invisibilizada”, realça a autora. A sua investigação visa ainda contribuir para a formulação de políticas públicas de saúde ocupacional e gestão de resíduos, promovendo melhores condições de trabalho e uma maior sustentabilidade no setor.