Sociedades portuguesas de Microbiologia e de Biotecnologia reconheceram o impacto de ambos naquelas áreas científicas
Os investigadores da Escola de Engenharia Nelson Lima e José António Teixeira, do Centro de Engenharia Biológica (CEB), foram distinguidos pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia e pela Sociedade Portuguesa de Biotecnologia, pelos seus contributos significativos naquelas áreas.
Os cientistas receberam respetivamente o Prémio Nicolau van Uden e o Prémio Júlio Maggiolly Novais, no encerramento do congresso “Microbiotec’25”, realizado em Ponta Delgada, nos Açores. Os galardões destacam bianualmente a careira ímpar de investigadores portugueses na microbiologia e na biotecnologia, nomeadamente a sua influência científica, o nível de internacionalização e o impacto na formação das novas gerações.
Nelson Lima tem 67 anos e vive em Braga. É o primeiro português a presidir a Federação Mundial de Coleções de Culturas Microbianas (WFCC), que preserva 4.5 milhões de microrganismos em 884 coleções públicas de 81 países. Lidera ainda o polo nacional da Infraestrutura de Investigação de Recursos Microbianos (MIRRI-ERIC), a Micoteca da UMinho e dirigiu a Organização Europeia de Coleções de Culturas. Doutorou-se em Ciências da Engenharia – Biotecnologia pela UMinho, onde leciona desde 1988 e é professor catedrático e investigador do CEB e do laboratório associado Labbels. No Brasil, foi docente visitante de várias universidades federais, como a de Pernambuco, pela qual é doutor honoris causa. Soma mais de 400 publicações, 650 comunicações em conferências e 59 orientações de dissertações e teses, sendo ainda avaliador para meia centena de revistas internacionais, além de projetos e agências de apoio à investigação, como da Comissão Europeia, Brasil, Bélgica e Chile.
José António Teixeira tem 68 anos e vive no Porto. Está no top 2% dos cientistas mais citados no mundo e é uma referência em biotecnologia alimentar e industrial, desenvolvimento de bioprocessos e formação de especialistas neste campo. Doutorado em Engenharia Química pela Universidade do Porto, é professor catedrático da Escola de Engenharia da UMinho e investigador do CEB e do Labbels. Liderou a Sociedade Portuguesa de Biotecnologia, o CEB, o Departamento de Engenharia Biológica da UMinho e é o pivô português do Polo Ibérico Transfronteiriço de Biotecnologia. Coordenou 40 projetos de investigação nacionais e europeus, sendo (co)autor de mais de 800 artigos científicos e seis livros. Pertence ao conselho editorial de várias revistas internacionais e recebeu os prémios de Estímulo à Excelência FCT e Seed of Science, entre outros.
O Prémio Júlio Maggiolly Novais foi atribuído pela primeira vez em 2021, precisamente a Manuel Mota, professor emérito da Escola de Engenharia da UMinho, que curiosamente orientou as teses doutorais de Nelson Lima e José A. Teixeira. Já o Prémio Nicolau van Uden, que também deve o nome a um cientista notável, surgiu no ano 2011, tendo na segunda edição (2013) destacado Cecília Leão, professora emérita da Escola de Medicina da UMinho.