No passado dia 16 de fevereiro os céus de Azurém testemunharam o lançamento de um foguete desenvolvido pelos alunos do mestrado em Engenharia Aeroespacial.
Este projeto foi levado a cabo no âmbito da unidade curricular de Projeto e Engenharia de Lançadores. Nesta primeira edição da unidade curricular, os docentes propuseram como método de propulsão o jato de água com ar comprimido por ser mais simples e seguro que a propulsão química. A marca alcançada ainda está longe do potencial máximo do foguete pois, por motivos de segurança, apenas foi testada uma pressão de pouco mais de 2 bar. No entanto, foram testados com sucesso os sistemas de aquisição de dados que permitem obter a aceleração, velocidade e posição ao longo do tempo.
O sistema de ativação do paraquedas também funcionou bem nos testes preliminares. Já no voo de teste um problema técnico fez com que não atuasse. Apesar do impacto, foi possível recuperar os dados de navegação e confirmar que o foguete atingiu uma aceleração máxima de 8.2g, uma velocidade máxima de 75 km/h e um ganho de altitude de 29,0 m. A duração da propulsão foi de apenas 0.52 segundos, sendo que a maior parte do ganho em altitude foi atingido depois deste instante, já com o foguete sem propulsão.
A força de propulsão deste tipo de foguete é obtida a partir do princípio da conservação quantidade do movimento. Segundo este princípio, o movimento ascendente do foguete é conseguido a partir da criação de um jato de água descendente induzido pelo ar comprimido.
Os docentes da unidade curricular Eurico Seabra, Francisco Brito e Miguel Azenha mostraram-se satisfeitos com o projeto, especialmente por ter sido feito no âmbito de uma unidade curricular inédita na Escola de Engenharia da UMinho e ter sido levado a cabo por alunos de proveniência muito diversa (licenciaturas em Informática, Gestão Industrial, Eletrónica e Eng. Física). Depois deste kick-off, espera-se que as edições futuras da unidade curricular tenham condições para voos mais altos, com sistemas de propulsão mais avançados e refinados.
