Num mundo cheio de cursos e formações, onde a oferta educativa a nível universitário é cada vez maior, os Engenheiros de Sistemas de Informação, são como apêndices: sabemos que existem, mas na realidade, para que servem? Somos espécimes distintos dos engenheiros informáticos e dos licenciados em ciências da computação. Somos nuclearmente, uma área da engenheira subvalorizada e muitas vezes pouco clara para os demais.
A quando a minha escolha sobre qual o curso do ensino superior que iria frequentar, ouvi uma imensidão de frases como “É melhor optar por uma engenheira clássica”, “Mas isso se tem gestão, não é mesmo uma engenharia” e ainda “Quando sairés da universidade e entregares um currículo, as empresas não vão conhecer essa área, não te vão escolher”. Obviamente que ouvir tudo isto, despertou uma série de dúvidas como só poderia ser natural , e com elas surgiram medos que essas frases se efetivassem . Já no curso, em conversas com outros colegas somos acusados de não sermos capazes de programar, de produzir artefactos úteis para as empresas ou ainda de não compreendermos a fundo este mundo da informática. E todos estes pensamentos e comentários conduzem a este artigo, a onde , enquanto aluna do terceiro ano do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação, venho esclarecer da forma mais clara e concisa que encontro esta questão.
Um engenheiro de Sistemas de Informação não tem por principal objetivo produzir uma série de programas, aplicações e software complexo, apesar deste deter grande parte das ferramentas para tal. No entanto , o seu foco prende-se com a compreensão das organizações. Prende-se com os estudos das organizações de forma a integrar, produzir e desenhar sistemas que irão otimizar os seus processos e aumentar a sua rentabilidade . Um engenheiro desta área possui uma sensibilidade para olhar para a realidade envolvente e, juntamente com os clientes, melhorá-la. E esta sensibilidade de que somos dotados, distingue-nos largamente das outras áreas das informáticas. Somos engenheiros não só focados em produzir artefactos, como melhorar o ambiente de onde estes artefactos emergem. Sabiam, caros leitores, que em 2018 havia a falta de cerca de 8000 profissionais na área de Sistemas de Informação em Portugal?
Portanto e para finalizar, a todos aqueles que vêm esse curso como uma derivante de um curso muito mais prestigiado e completo lembrem-se: somos diferentes, o que não nos faz nem melhores nem piores, apenas com formas de atuação distintas e ambos bastantes precisos para o sucesso de uma organização.
Inês Machado, aluna do 3º Ano do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação, neste momento faço parte do Departamento de Relações Externas da Association for Information Systems Student Chapter UMinho (AIS.SC UMinho).