Projeto de 120M€ envolve Universidade do Minho e mais 15 parceiros
O Projeto Lusitano recebeu a visita do Primeiro-Ministro António Costa no passado dia 13 de janeiro, nas instalações da Riopele, em Famalicão, no âmbito do Roteiro PRR que se encontra a conhecer in loco três das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial já contratadas ao abrigo da Componente 5 do PRR, Capitalização e Inovação Empresarial.
A intenção da visita desta comitiva que o Primeiro-Ministro integra é conhecer o ponto de situação da implementação deste projeto inserido na Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial da Indústria Têxtil e do Vestuário de Portugal, liderado pela Nau Verde, e que pretende acelerar a transformação estrutural da ITV nacional através da aposta na investigação e desenvolvimento de novas soluções baseadas em fibras naturais e/ou recicladas, na produção de fio reciclado/natural, mas também na procura de soluções energéticas e de gestão de recursos para sector.
“Entendo que todas as candidaturas com mérito devem ser apoiadas. Esta é a medida mais disruptiva do PRR para mudar o perfil produtivo do país, um projeto absolutamente transformador que pode alavancar tudo o que de melhor se faz no país”, referiu o ministro da Economia, António Costa Silva, aquando da apresentação dos três projetos inovadores apresentados ao PRR no âmbito das agendas mobilizadoras, nos quais se insere o Projeto Lusitano. Na opinião do Ministro da Economia e do Mar, “a aposta na aprovação das agendas mobilizadoras do PRR pode mudar o perfil produtivo do país, com base na inovação tecnológica e não em baixos salários”.
O projeto Lusitano conta com a participação de Twintex – Indústria de Confeções, S.A., Paulo de Oliveira, S.A., RIOPELE – Têxteis, S.A., Calvelex – Indústria De Confeções, S.A., Polopique – Comércio e Indústria de Confeções, S.A., Polopique – Acabamentos Têxteis, S.A., Polopique II – TECIDOS, S.A., Vanguarda – Soluções de Gestão e Organização Empresarial, LDA., Polywasser Technologies, LDA., Universidade da Beira Interior, Universidade do Minho (através do 2C2T – Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil), Instituto Superior Técnico, Associação Fibrenamics – Instituto de Inovação em Materiais Fibrosos e Compósitos, INESC Microsistemas e Nanotecnologias (INESC MN), CENIT – Centro Associativo de Inteligência Têxtil, FF – Associação Fábrica do Futuro da Moda e do Design, e a Ventiláqua, S.A..
O ecossistema de inovação da Escola de Engenharia da UMinho impacta de forma relevante este projeto, através da participação do 2C2T – Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e da Associação Fibrenamics – Instituto de Inovação em Materiais Fibrosos e Compósitos, cujos investigadores estarão presentes nesta visita de amanhã à Riopele, juntamente com o Presidente da Escola de Engenharia, professor Pedro Arezes.
No que concerne à participação da UMinho neste projeto, Raúl Fangueiro, investigador do 2C2T – Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil, vice-presidente da Escola de Engenharia da UMinho, e presidente da Associação Fibrenamics – Instituto de Inovação em Materiais Fibrosos e Compósitos refere que “a equipa da Universidade do Minho está envolvida no desenvolvimento de soluções têxteis sustentáveis, incluindo fios, tecidos e vestuário, com base em fibras naturais e fibras recicladas provenientes de vestuário em final do ciclo de vida. A nossa equipa tem desenvolvido ao longo dos últimos anos conhecimento avançado nestes domínios, sendo reconhecida internacionalmente pelos avanços científicos e tecnológicos que tem alcançado, principalmente, no âmbito das fibras naturais emergentes, incluindo fibras provenientes de bananeira, ananás, conteira, entre outras”. Na sua opinião trata-se, portanto, de “uma excelente oportunidade para transferir este conhecimento para a indústria nacional, garantindo a sua valorização através da criação de valor acrescentado, contribuindo igualmente para a substituição de têxteis com impacto ambiental mais negativo”.
O Roteiro PRR vai realizar-se todas as semanas, com várias iniciativas, prolongando-se ao longo dos primeiros meses de 2023 e percorrendo todo o país para verificar, no terreno, a concretização dos projetos já em marcha com os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência: da habitação à saúde, das respostas sociais aos apoios às empresas, da cultura à mobilidade sustentável, das florestas à digitalização, entre outros.