fbpx

Inteligência artificial e a ciência dos dados em debate internacional

Guimarães acolheu um encontro internacional sobre inteligência artificial e a ciência dos dados nos passados dias 12 a 14, tendo reunido mais de 300 especialistas e investigadores portugueses e estrangeiros, provenientes de mais de 40 países.

Paulo Novais, da Escola de Engenharia da UMinho, Centro ALGORITMI/LASI, referiu o encontro como  “eventos multidisciplinares com foco na inteligência artificial e ciência dos dados que toca diversas questões, nomeadamente ambientes inteligentes em várias áreas, economia, saúde e educação”, entre outras.

Este encontro surge numa altura em que se começa a sentir na vida em sociedade um “grande salto” registado na área da inteligência artificial nos últimos anos, como destacou Paulo Novais.

“As máquinas passaram a ter a capacidade de aprender, da forma como nós humanos aprendemos. Antes, para a máquina aprender era necessário dar-lhe as instruções, programá-la com algoritmos, o que fazia com que a máquina fosse deterministas, ou seja, à partida sabendo-se qual era a entrada podia prever a saída. Quando a máquina para além da autonomia ganha capacidade de aprender, perdemos esse determinismo porque a máquina passa a poder escolher novas formas de resolver um problema”, afirmou.

A revolução provocada pela inteligência artificial e a ciência dos dados está aí e é transversal. E para os mais pessimistas, Paulo Novais lembra que o homem sempre esteve dependente da máquina.

“Sempre houve evolução mas diria que foi uma evolução mais natural. A verdade é que usamos redes para comunicar, deslocamos-nos de carro ou autocarro. Agora vamos acrescentar uma camada que torna as máquinas nossas «parceiras». De algum modo estamos a passar de utensílios para entidades com as quais colaboramos, essa é a grande diferença. O que é necessário é que o humano esteja sempre no controlo da pirâmide”, salientou.

O Professor do Departamento de Informática da EEUM não considera importante estabelecer limites para a inteligência artifical. Lembra que a União Europeia tem mecanismos reguladores e os profissionais do sector estão obrigados a cumprir boas práticas.

Numa altura em que surgem alertas sobre a necessidade dos governos intervirem e garantirem que as máquinas não assumem o controlo da sociedade, Paulo Novais entende que a questão é o bom uso da inteligência artificial.

“Por vezes o problema tem a ver com «maus dados», de maus exemplos que utilizamos para gerarmos conhecimento. Então, um processo importante é a certificação dos dados da «matéria prima». Obviamente que andaremos sempre atrás do prejuízo mas o que importa saber é que o «bom uso» da inteligência artificial é extraordinário que pode provocar a Portugal ganhos de produtividade e de bem estar para os seus cidadãos numa dimensão perfeitamente inimaginável. Portanto o grande desafio é o «bom uso» da inteligência artificial”, concluiu.

Neste encontro internacional marcaram presença especialistas e investigadores dos Estados Unidos, Irlanda, Alemanha, Espanha, India, Estónia, Colômbia, França, Finlândia, Roménia, Países Baixos, Sérvia, Polônia, Itália, Japão, Brasil, Reino Unido, Turquia, Noruega, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Portugal.

FONTE: Guimarães Digital