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CEB quer acelerar produção metano a partir de resíduos

E se fosse possível aumentar a produção de biogás, uma fonte de energia sustentável, a partir de resíduos ou águas residuais? Investigadores do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho estão a estudar o efeito de diferentes materiais condutores – como o carvão ativado ou nanotubos de carbono – para potenciar e acelerar a produção de metano e, desta forma, produzir uma quantidade de biogás mais elevada, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis.

A utilização massiva de combustíveis fósseis e o reaproveitamento de resíduos são alguns dos grandes desafios ambientais atuais. Nesta investigação, está a ser analisada a utilização de materiais condutores como uma estratégia para aumentar a eficiência da digestão anaeróbia, processo em que os microrganismos degradam a matéria orgânica na ausência de oxigénio, e produzem, principalmente metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). São exemplos de materiais condutores o carvão ativado ou os nanotubos de carbono, nos quais as cargas elétricas se deslocam livremente. Estes materiais, quando estão presentes nos sistemas de tratamento de águas residuais, levam a um aumento das taxas de produção de metano. O biogás produzido a partir destes resíduos orgânicos pode ser reaproveitado, enriquecido em metano (biometano), e injetado em redes de gás natural, contribuindo para aumentar a utilização de gases renováveis.

Os investigadores do CEB já identificaram materiais que aceleram a produção de metano e estão a ser testados em reatores para o tratamento de lamas de ETAR. Estes resultados promissores terão um grande impacto ao nível da eficiência e estabilidade destes processos.

O projeto está a ser desenvolvido em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com a participação de uma professora especialista em mecanismos de transferência de eletrões entre espécies microbianas da Universidade do Sul da Dinamarca (SDU) e ainda com a colaboração da SIMDOURO e as Águas do Norte no fornecimento de amostras de lamas reais.