Descoberta do fungo, Penicillium tunisiense, resultou de um trabalho com maçãs da Tunísia, em colaboração com a Universidade de El Manar daquele país.
É uma nova espécie de fungo, foi descoberto e descrito pela primeira vez por cientistas do Centro de Engenharia Biológica da UMinho, e pode vir a ser muito útil no controlo biológico e no combate a doenças em maçãs, permitindo evitar o uso de pesticidas e químicos. Chama-se Penicillium tunisiense, porque resulta de um estudo realizado com maçãs de pomares da Tunísia, em parceria com a Universidade de El Manar, daquele país.
Este novo fungo tem a característica particular de não infetar nem apodrecer as maçãs. Assim, a partir de agora, será possível combater, de forma natural, a podridão do bolor azul (Penicillium expansum), uma das doenças mais comuns na fase pós-colheita, responsável por causar grandes prejuízos nos frutos.
Ao contrário do Penicillium expansum, esta nova espécie Penicillium tunisiense além de ter o potencial de combater doenças específicas, não produz patulina, uma micotoxina produzida pelo bolor azul que contamina alimentos, em especial, a maçã.
Esta nova espécie está agora preservada e disponível no catálogo da MUM – Micoteca da Universidade do Minho, podendo vir a ser explorada para combater a podridão do bolor azul. A MUM – Micoteca da Universidade do Minho é uma coleção de culturas de fungos filamentosos sediada no Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho desde 1996. Tem como principal missão ser um centro de recursos para a preservação da diversidade fúngica e sua informação, e criar soluções para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar do homem. Com mais de 750 estirpes no catálogo, a MUM tem colaborado de forma decisiva para os avanços na ciência, tendo recentemente conseguido trazer para Portugal a única sede de uma infraestrutura europeia de investigação, a MIRRI – Microbial Resource Research Infrastructure.